Confira a relação de trabalhos deferidos nos Simpósios Temáticos do II Encontro Nacional do Mestrado Interdisciplinar em Humanidades
ST1 - Estudos Interdisciplinares e o uso das fontes no ensino para a educação das relações étnico-raciais
COMISSÃO CIENTÍFICA: Prof. Dr. Arilson dos Santos Gomes (Unilab), Prof. Dr. Carlos Subuhana (Unilab) e Mestranda Antonia Eliane Lima Ferreira (UECE)
Data: 27 de novembro de 2023 | Horário: 09h às 12 h
Local: Redenção/CE, Campus das Auroras, Bloco C, Sala 212
ST 2 - Estudos Africanos e Gênero: África, Brasil e Diáspora africana na cooperação internacional
COMISSÃO CIENTÍFICA: Profa. Dra. Janaína Campos Lobo (UNILAB), Prof. Dr. Ricardo Ossagô de Carvalho (UNILAB), Mestranda Sandra Dan Adelino Baptista (UNILAB) e Me. Jeraldino António Sambé
Data: 27 de novembro de 2023 | Horário: 14h às 17h
Local: Acarape/CE, Campus Acadêmico de Palmares, Palmares 2, Sala 204
ST3 - Literatura Negra, Feminismo Negro e Educação das Relações Étnico Raciais: Avanços no ensino e na produção de saberes antirracistas, antisexista, feminista, quilombola, de terreiro e contra colonial a partir das intelectuais negras
COMISSÃO CIENTÍFICA: Profa. Dra. Jacqueline da Silva Costa (UNILAB), Profa. Ma. Marcelle Danielle de Carvalho Braga (UFC), Mestranda Maria Edina Marques Ferreira (UNILAB), Profa. Esp. Dayane da Silva Moreira (FMB) e Mestranda Hilana Sousa Ferreira (UFC)
Data: 27, 28 e 29 de novembro de 2023 | Horário: 09h às 12h
Local: Remoto
ST4 - Territórios, relações de gênero e conhecimento na África Global
COMISSÃO CIENTÍFICA: Profa. Dra. Natalia Cabanillas /UNILAB e Me Maria da Luz Fonseca de Carvalho
Adelino Baptista (UNILAB) e Me. Jeraldino António Sambé
Data: 27 de novembro de 2023 | Horário: 09h às 12h
Local: Redenção/CE, Campus das Auroras, Bloco C, Sala 214
ST5 - Saberes Endógenos Africanos e sua importância para uma educação antirracista
COMISSÃO CIENTÍFICA: Profa. Dra. Marlene Pereira dos Santos (UFC), Doutoranda Emanuela Ferreira Matias (UFC), Mestrando William Augusto Pereira (UNILAB), Mestranda Gilvanda Soares Torres (UNILAB) e Mestranda Rosana Marques Lima (UFC)
Data: 28 de novembro de 2023 | Horário: 09h às 12h
Local: Remoto
ST6 - Trabalho e Educação
COMISSÃO CIENTÍFICA: Prof. Dr. Roberto Kennedy Gomes Franco (UNILAB) e Profa. Dra. Rosângela Ribeiro da Silva (UNILAB)
Data: 29 de novembro de 2023 | Horário: 09h às 12h
Local: Redenção/CE, Campus das Auroras, Bloco C, Sala 114
ST7 - Cultura e educação: diálogos possíveis
COMISSÃO CIENTÍFICA: Profa. Dra. Renata Montechiare (Flacso Brasil), Prof. Me. Anderson Albérico Ferreira (Flacso Brasil) e Profa. Ma. Karen Kristien (Flacso Brasil)
Data: 27 e 28 de novembro de 2023 | Horário: 09h às 12h
Local: Remoto
ST8 - Educação, exclusão e práticas discursivas de desinformação
COMISSÃO CIENTÍFICA: Profa. Dr. Luís Carlos Ferreira (UNILAB) e Prof. Dr. Júlio Araújo (UFC)
Data: 28 de novembro de 2023 | Horário: 09h às 12h
Local: Redenção/CE, Campus das Auroras, Bloco C, Sala 312
GT2: "Literatura Negra e Feminismo Negro: conhecimento, representatividade e empoderamento a partir da produção"
COORDENAÇÃO: Profa. Dra. Jacqueline Costa, Profa. Dra. Eliane Barbosa, Profa. Ms. Marcelle Carvalho e Ms. Maria Yasmim do Rodrigues
LOCAL: On-line, Google Meet
DIA: 08/12/2022
HORÁRIO: 9h às 12h 14h às 17h
RESUMOS APROVADOS:
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CAROLINEANDO EXISTÊNCIAS: A escrita de Carolina Maria de Jesus reverbera nas vozes de mulheres negras
Dayane da Silva Moreira
Jacqueline da Silva Costa
Resumo: O presente trabalho trata-se de um relato de experiência, pessoal de uma mulher, negra e acadêmica a partir das leituras da obra Quarto de Despejo (1960) de Carolina Maria de Jesus, uma das primeiras autoras negras a publicar no Brasil, relacionando as escritas literárias da autora e seus posicionamentos como intelectual negra. O presente trabalho se deu a partir de vivências em espaços formativos do Projeto de Pesquisa e Extensão “Sobre o Corpo Feminino nas Literaturas Africanas e Afro-Brasileira” e do Projeto de Extensão “Lélia Gonzalez, Presente! Projeto de Formação Interdisciplinar, Intelectual e Política sobre o Pensamento Feminista Negro, Conhecimento e Empoderamento de Mulheres Negras”, ambos da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira- UNILAB. A metodologia usada foi uma pesquisa bibliográfica da vida e obra de Carolina Maria; Com este trabalho pude evidenciar a obra de uma das representantes da literatura afro-brasileira e dos efeitos que a produção de Carolina Maria de Jesus impacta a vida de mulheres negras.
Palavras-chave: Literatura Afro-brasileira; Autoras negras; UNILAB.
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CURTA-METRAGEM: Uma Produção Sobre o conto Oyá Seju
Gérfane Samile Lopes Abreu
Antonia Thaís Fernandes de Paiva
Jacqueline da Silva Costa
Resumo: Este trabalho audiovisual foi realizado na disciplina de Educação e Literatura Negra: Potencialidades Pedagógicas em Narrativas, Mitos, Fábulas e Contos Africanos e Afro-Brasileiros na Unilab/CE, com o objetivo de compreender, refletir e apresentar em uma perspectiva pedagógica, as potencialidades influentes em um dos contos do livro Caroço de Dendê, de Mãe Beata de Iemanjá, que tem como título principal Oyá Seju. Metodologicamente foi produzido a partir de leituras bibliográficas e o acionamento da criatividade para refletir acerca deste conto, com o intuito de constituir um novo. As literaturas assim como o vídeo buscaram a produção de formas para trabalhar o ensino-aprendizagem para além do currículo eurocentrado perpassado no ensino tradicional, deste modo, produzir meios didáticos que se pautam em conhecimentos e realidades diversas possibilitam a inclusão de saberes afro-diaspóricos, que abordam e reforçam a identidade negra, os saberes de povos tradicionais, o feminismo negro, a inclusão de novas didáticas, bem como um pensar representativo na ludicidade pedagógica.
Palavras-chave: literatura negra; conto; inclusão de novos saberes.
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BRASIL E ÁFRICA, ENTRE SOLOS VIOLENTOS – UMA LEITURA DO CONTO A CASA DOS MASTROS DE ORLANDA AMARÍLIS
Ailton George de Almeida e Silva
Clara Maria Teles Rodrigues
Resumo: A lei nº 10639/03 respalda a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro nas escolas brasileiras, fato este que traz a justificativa da pertinência do trabalho. A literatura africana com expressão em língua portuguesa é uma fonte de análise das diversas realidades sociais da região, que apresenta singularidades da equação entre a cultura autóctone e as influências do império colonial português. O conto “A Casa dos Mastros” foi eleito para a análise por ser um texto com potencialidade de discussão sobre a violência de gênero promovida por uma cultura masculina, patriarcal e suas implicações sociais. Pelo fato da mulher africana ser modelo de resistência e o principal veículo de informação das matrizes orais ser o conto, é objetivo secundário conhecer essa modalidade literária. A obra de Orlanda Amarílis é a principal fonte bibliográfica, sendo a responsável por trazer reflexões equiparadas da violência sofrida pelas mulheres em todo o mundo, e por isso necessita aplicação da metodologia qualitativa bibliográfica. Se conclui ao final do trabalho, através da literalidade africana, a existência do machismo como pilar da sociedade patriarcal, onde se prova o seu liame na realidade feminina das regiões que foram colonizadas por Portugal.
Palavras-chave: Literatura africana; Patriarcalismo; Violência de Gênero.
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CÁRCERE, GÊNERO E RAÇA: A importância da produção literária feminista negra para a compreensão do encarceramento de mulheres no Brasil
Angeline Feitosa De Carvalho
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo dialogar sobre a importância da inserção da literatura feminista negra nas pesquisas sobre o fenômeno do encarceramento em massa de mulheres no Brasil. Dessa forma pretende-se contribuir com a desconstrução dos discursos hegemônicos em prol do desenvolvimento de uma narrativa autêntica, feminista e racializada capaz de representar, de fato, as vivências das mulheres sujeitas do tema em questão. A metodologia escolhida para realização deste trabalho é a revisão da literatura e o uso de técnica qualitativa de coleta de dados em página do Governo Federal, referente aos números de aprisionamento de mulheres no país. De acordo com os dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias - INFOPEN, entre os anos de 2000 e 2016, houve um crescimento de 567,4% de mulheres presas pelo tipo penal de tráfico de drogas e segundo os números do mesmo levantamento de 2018, quanto à raça e etnia, 62% são negras, conforme autodeclaração. O reconhecimento e a inserção da produção literária feminista negra neste debate é fundamental para o entendimento do processo de criminalização e a produção desta realidade protagonizada majoritariamente por mulheres negras. Segundo CARNEIRO (2011), é necessário recorrer às autoras feministas negras para não incorrer em uma asfixia social. É imprescindível colocar em centralidade o contexto vivido e sentido cotidianamente no corpo e mente por mulheres negras e assim também evidenciar o lugar de importância dessa produção de conhecimento, ao tratar sobre o lugar que essas mulheres ocupam em nossa sociedade (GONZALEZ, 1986). Assim, compreende-se a importância da perspectiva interseccional, a fim de descentralizar os relatos de experiências e realidades, realocando a categoria raça para o ponto central de reflexão sobre as relações responsáveis pela construção e manutenção da condição social da mulher negra.
Palavras-chave: mulheres; encarceramento; negra; feminista.
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ORALIDADE E ANCESTRALIDADE NAS OBRAS SONEA E DJENIA DE ODETE SEMEDO
Elizabeth da Silva Oliveira
Valdimiro César Simão Miguel
Larissa Oliveira e Gabarra
Resumo: O presente texto tem o objetivo de analisar e refletir a presença da oralidade e a ancestralidade nas obras Sonéá: Histórias e passadas que ouvi contar I e Djênia: Histórias e passadas que ouvi contar II de Odete Semedo, bem como os significados e valores repassados pelos contos nas comunidades guineenses. Como metodologia de trabalho, recorre - se às obras de Odete Semedo, bem como Fanon e Neusa Souza para dialogar com as temáticas que perpassam o tema proposto. Como resultados iniciais, constatou-se que os conceitos de oralidade e ancestralidade sempre fizeram parte do cotidiano dos povos africanos e que representa uma filosofia de vida e mundo para inúmeros povos, é a forma que se cria laços espirituais e comunitários como um todo, nos planos terrestres e espirituais. Conclui-se que a colonização causou alterações drásticas que se reverberam na vida das diferentes comunidades africanas. A imposição de valores e culturas ocidentais por intermédio do assimilacionismo e aculturação fez com que essas duas maneiras de ver e viver o mundo quase fossem perdidas (esquecidas).
Palavras-Chaves: Ancestralidade; oralidade; tradição.
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PATRIARCADO E TRADIÇÃO CULTURAL NA ESCRITA DE PAULINA CHIZIANE NA OBRA NIKETCHE
Fabricio Darlan Vieira da Silva
Jorge Luiz Oliveira Lima
Resumo: Este trabalho surge a partir da necessidade de se produzir conhecimento acerca das marcas e mazelas deixadas a partir do colonialismo e do patriarcado na cultura africana, em especial a moçambicana. Buscamos compreender como essa ideologia marca a escrita e a representação cultural de Paulina Chiziane em sua obra Niketche. Em contra ponto, também buscamos analisar e identificar como a cultura africana e a oralidade se sobrepõe e, por conseguinte, resistem aos efeitos e violências impostas pelo patriarcado e colonialismo. A oralidade é um dos principais pilares da cultura africana, através dela é possível perceber a importância da cultura popular e do imaginário coletivo. A cultura africana é rica em mitologia e em histórias que são transmitidas de geração em geração, sejam elas reais ou fictícias. A oralidade é um dos principais elementos que mantêm viva a cultura africana, pois através dela é possível transitar por diversos campos do conhecimento, como a religião, a filosofia, a história e a arte. (UNILAB, 2022).
Palavras-chave: Machismo; colonialismo; cultura; dança; representação.
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REPRESENTAÇÕES DO BRASIL DOS “ANOS DOURADOS” A PARTIR DA OBRA QUARTO DE DESPEJO DE CAROLINA MARIA DE JESUS
Rafaela Barroso Araujo
Valéria Aparecida Alves
Resumo: A presente pesquisa se propõe investigar a obra literária de Carolina Maria de Jesus, “Quarto de Despejo - Diário de uma Favelada” (1960), em diálogo com outras fontes historiográficas/documentais entre os anos de 1955 - 1960. Na pesquisa discutiremos e colocaremos em perspectiva a utilização do conceito de representação em Chartier. A obra nos oferece elementos que podem ser problematizados e historicizados numa perspectiva interseccional (gênero, raça e classe). O texto caroliniano além do seu valor literário e estético, também apresenta valor histórico, uma vez que temos o discurso da autora-protagonista, uma mulher negra, periférica que narra a sua história em primeira pessoa, nos trazendo dados importantes sobre o cotidiano de grande parcela da população brasileira alocada de forma precarizada nos grandes centros urbanos. Em Quarto de Despejo, é possível fazer a análise de um dado contexto histórico partindo de um lugar incomum: o de uma mulher narradora de sua própria história e que ao mesmo tempo fornece um arcabouço para repensarmos como se davam as práticas políticas, os discursos midiáticos e uma visão “glamourizada” de uma época em que a nação brasileira ostentava o status de “anos dourados”. A autora a partir de seus relatos escritos em cadernos-diários, traz narrativas com cenas do cotidiano. O cenário apresentado por Carolina contradiz o contexto histórico de prosperidade no qual o Brasil se apresentava enquanto uma nação em pleno desenvolvimento econômico e cultural. Período também marcado pela forte atuação de figuras públicas relacionadas às políticas populistas. A exemplo temos o então presidente da República Juscelino Kubitscheck e o desenvolvimentismo como marcador político vigente na época.
Palavras-chave: Quarto de Despejo; interseccionalidade; representações; anos dourados.
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“A GENTE COMBINAMOS DE NÃO MORRER” : Escrevivências de mulheres negras frente à pandemia da COVID-19
Ana Raquel Silva Reginaldo
Jacqueline Costa
Geyse Anne Sousa da Silva
Samara Fernandes
Resumo: Este trabalho apresentará o processo de escrevivência de três mulheres negras frente à pandemia da covid-19. Dialogamos com o conto de Conceição Evaristo, A gente combinamos de não morrer, do livro Olhos d’água, para construir uma discussão sobre o contexto que foi e é a vida dessas mulheres para escreviver em uma sociedade “moderna-contemporânea” na qual a questão da outridade de Grada Kilomba é latente, somado a realidade vivida por elas diante da pandemia. Pretende-se responder: Escreviver pode ser uma ferramenta político-pedagógica de emancipação do contexto discutido? Existe/existiu a discussão do autocuidado em espaços que deveriam ser tratados esse tema? Quais afetos, momentos, discussões potencializam e/ou despotencializam o cuidado próprio? Para tanto, discorremos sobre nossas vivências para sulear este trabalho. A gente combinamos de não morrer diz respeito a um símbolo de resistência, (sobre)vivência, denúncia e estratégia que se constroem para potencializar nossas agências enquanto mulheres negras.
Palavras-chave: Escrevivências; Conceição Evaristo; mulheres negras; pandemia.
GT3: "Estudos Africanos e Gênero (raça etnia): África/Brasil e Diáspora africana"
COORDENAÇÃO: Prof. Dr. Ricardo Ossagô e Profa. Dra. Janaína Campos Lobo
LOCAL: On-line, Google Meet
DIA: 08/12/2022
HORÁRIO: 9h às 12h - 14h às 17h
RESUMOS APROVADOS:
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TURISMO NA GUINÉ BISSAU: Uma análise dos discursos do Governo sobre o arquipélagos de Bolama Bijagós
António Imbana Junior
Natalia Cabanillas
Resumo: O presente trabalho propõe-se compreender as inconsistências existentes no turismo no arquipélago de Bolama Bijagós e as políticas para manutenção da sustentabilidade das referidas ilhas discutir complexa relação entre o turismo e sustentabilidade no arquipélago Bolama Bijagós. Referimos a esse respeito, a tensão existente entre a prática do turismo para o crescimento e/ou desenvolvimento econômico e as ameaças do mesmo sobre o meio ambiente e sobre a questão do pertencimento ao território de Bolama Bijagós/ Guiné-Bissau. Para elaboração deste trabalho realizamos a análise da bibliografia sobre turismo sustentável e os discursos públicos do governo sobre o turismo na região. Entre os resultados provisórios pode ser mencionado que o enfoque do governo sobre o turismo nas ilhas instrumentaliza o discurso da sustentabilidade e proteção do meio ambiente, e contraditoriamente, esse discurso está dirigido a investidores europeus e exotiza o território através de figuras de linguagem tipicamente coloniais, com foco na exuberância e a virgindade do território.
Palavras-chave: Turismo; Guiné-Bissau; Arquipélagos de Bolama Bijagós.
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PROCESSO COLONIAL E A NEBULOSIDADE DA COSMOVISÃO AFRICANA: as perspectivas para os estudos africanos
Eurico Paulo Sampa
Resumo: Este trabalho pretende compreender como o processo colonial lançou a nebulosidade e desacredita a cosmovisão africana, propondo a perspectiva a ser adotada pelos pesquisadores para os estudos africanos. Para realização do trabalho, baseou-se no método qualitativa, utilizando a pesquisa bibliográfica de carácter exploratória; as discussões que sustentam as nossas arguições foram alicerçadas nas obras de Hountondji (2008); Domingos (2011); Mudimbe (2019); Zerbo (2010); Vansina (2010); Bâ (2010). A cosmovisão africana está assentada numa visão holística do ser humano, onde o corpo e a mente não são entes separados, o próprio ser humano é parte integrante da natureza; a tradição oral constitui- se a base da transmissão dos conhecimentos ancestrais. Essa forma de ser e de estar do homem africano sofreu duro golpe com a ocupação colonial, a qual desintegrou as sociedades africanas, lançando a nebulosidade sobre a sua cosmovisão, negando tudo aquilo que é a civilização africana e a sua humanidade. Ora, faz-se necessário que os africanos tomem o protagonismo das suas histórias, visto que enquanto a história está sendo contada pelo o lado vencedor, sempre haverá deturpação. A África não rejeita a contribuição dos africanistas desde que haja a honestidade intelectual e académica da parte das entidades que vão dar essa contribuição. Fala- se da necessidade de os pesquisadores adotarem o método interdisciplinar, com vista a corresponder os ensejos da pesquisa e resolução do problema integrada sobre África e para África. Os resultados provisórios apontam que é preciso encontrar mecanismo para que a tradição e a modernidade possam dialogar no continente africano. A contribuição dos africanistas sobre a África não deve minar o esforço dos africanos tomarem a rédea das suas histórias, uma vez que se corre o risco de ter a história única. Devido a cosmovisão africana, seria melhor pensar numa metodologia que corresponderá os ensejos da sua especificidade- o método interdisciplinar, contando com a disposição que conduz a um projeto transdisciplinar seria uma boa opção.
Palavras-chave: África; colonialismo; nebulosidade; cosmovisão; estudos africanos.
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SOMOS DAQUI: Endógena e exógena
Adilson Victor Oliveira
Resumo: O século XX trouxe novas reviravoltas nas regiões da África do oeste, particularmente as partes que correspondem as fronteiras do Senegal e da Guiné-Bissau. Me refiro à região de Casamansa e São Domingos, partes importantes para entender as disputas e discursos de quem são daqui e os que vieram e nos encontraram aqui. Neste resumo procuro discutir algumas problemáticas que afetam as duas regiões africanas, partindo do princípio de que a colonização forçou identidades, levando a região às outras configurações que muitas vezes têm dificuldades em dialogar com as realidades locais. É um trabalho ainda em andamento, contudo, já se revela sua importância nos campos dos Estudos Africanos e as metodologias que deles se aplicam. Quando falo, prontamente, me refiro aos povos que foram desanexados das suas terras devido as delimitações das fronteiras e, aqueles que foram realocados em função da mesma política colonial. Neste contexto, os povos das duas regiões separadas, buscam reencontrar e fortificar suas identidades além das forçadas pela colonização europeia. Daí a importância que se vê dos vários movimentos sociais criados nas duas regiões, com os objetivos de enfrentar os problemas que lhes assolam.
Palavras-chave: Endógena; Exógena; Resistência.
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CORRA, HOMEM NEGRO! UMA ANÁLISE DE DISCURSO CRÍTICA DA CONSTITUIÇÃO DE MASCULINIDADES NEGRAS NO FILME GET OUT
Andy Monroy Osório
Marco Antonio Lima do Bonfim
Resumo: Este trabalho teve como principal objetivo compreender de que maneira a análise discursiva sobre representações de masculinidades negras no cinema pode contribuir para uma educação antirracista. através do filme Corra! (2017). Para tanto, utilizamos como aparato teórico e metodológico o modelo tridimensional de Análise de Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 2001) a fim de apontar possíveis pontos de diálogos que contribuíssem para a reflexão sobre estereótipos racistas. A pesquisa buscou lançar um olhar crítico para a reprodução da imagem estigmatizada do homem negro no cinema, e indicar possíveis apropriações pedagógicas do filme com o propósito de contribuir com a mudança no imaginário social construído sobre o homem negro. Especificamente, focalizamos a reprodução discursiva de estereótipos (BHABHA, 1998) raciais acerca dos homens negros provenientes de um pensamento colonial. Os principais estudos contemporâneos indicam que a masculinidade hegemônica é branca, heterossexual e burguesa, porém, o privilégio social pela condição de gênero não é compartilhado por todos os homens de maneira análoga, visto que o quesito classe, etnia, religião ou orientação sexual, reconfigura o status e poder social. Os resultados apontaram através da análise da obra que as produções cinematográficas podem se constituir como importantes materiais didáticos para mediar reflexões sobre as ideias circulantes da masculinidade negra e romper com a visão (hegemônica) historicamente sustentada pelos grupos dominantes.
Palavras-chave: Masculinidade negra; Cinema; Educação antirracista.
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A POLARIDADE POLÍTICA NO CONTEXTO DEMOCRÁTICO GUINEENSE: Causas e consequências
Carrecor Pereira
Resumo: O debate sobre o desenvolvimento tornou-se um assunto de muita complexidade e relevância no mundo contemporâneo e globalizado que gera dualidade de perspectivas sobre o desenvolvimento. Por um lado, temos a perspectiva do Sul que tem como atores países convencionados como não desenvolvidos ou em desenvolvimento – Brasil, China, Guiné-Bissau e mais países que antes desconheciam o termo desenvolvimento (não significa dizer que não existem práticas para tal), porém o escopo desta, visa promover e garantir bem-viver e sustentabilidade do coletivo, contudo, harmonizando com a natureza – desenvolvimento no âmbito humanitário – e considerando tudo isso relativo e dinâmico, assim é atribuído o sentido do termo desenvolvimento nesta perspectiva mais endógena. Por outro lado, temos a perspectiva do Norte que tem como atores países industrializados, hegemônicos, europeus e ocidentais considerados desenvolvidos como EUA, Inglaterra, França e outros países que caracterizam o desenvolvimento de uma forma ideal no âmbito político-econômico considerando industrialização uma condição “sine qua non” – um padrão mais euro-americano, ocidental, capitalista – e que considera esta melhor e universal. Assim sendo, o presente trabalho objetiva compreender o debate entre perspectiva Norte e Sul sobre o desenvolvimento na cooperação internacional para o desenvolvimento, analisando a discrepância entre estas perspectivas. Este trabalho partilha a hipótese de que existem falácias e discrepâncias no modelo de desenvolvimento proposto pelos atores do Norte global pois independentemente de perspectivas sobre o desenvolvimento serem diferentes, é problemático, ou seja, seria impossível termos o mesmo modelo dito desenvolvimento na perspectiva Norte em todos os países do mundo cooperando internacionalmente, uma vez que o modelo é baseado no sistema econômico-capitalista e na teoria liberal. Nesta óptica, adota-se para realização deste trabalho, o método qualitativo de caráter bibliográfico.
Palavras-chave: Desenvolvimento, Perspectiva Norte e Sul, Cooperação Internacional. Discrepância.
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A POLARIDADE POLÍTICA NO CONTEXTO DEMOCRÁTICO GUINEENSE: Causas e consequências
Jair Morna Djú
Ricardo Ossagô de Carvalho
Resumo: A polaridade política é marcada pela existência de dois ou mais polos políticos que se encaminham às extremidades. Atrela-se às questões psicológicas na qual os indivíduos apresentam um sentimento positivo sobre uma determinada organização ou partido político, em detrimento disso, gera um sentimento negativo ao grupo oposto. Portanto, quando adentrarmos nos estudos da democracia guineense, não se pode ignorar a polaridade que se resulta no ciclo de instabilidade política, porque de certa forma, depois da democratização, a Guiné-Bissau parece ganhar as novas roupagens para a implementação de um projeto político a partir de uma perspectiva emancipatória e consequentemente o cumprimento do programa maior, não obstante, o país agravou com um golpe de Estado no dia 7 de junho de 1998 que resultou numa guerra civil. De lá para cá, a democracia guineense imergiu numa crise acompanhada pela ausência do diálogo, a falta de ideologias definidas por parte dos partidos políticos e a mercantilização da democracia. Portanto, o trabalho tem como objetivo compreender o impacto da polaridade política no contexto democrático guineense. Metodologicamente, o presente contributo baseia-se numa perspectiva qualitativa fundamentada na pesquisa bibliográfica por meio da revisão da literatura. Nesta perspectiva, discute-se o impacto da polaridade na Guiné-Bissau, causas e consequências, assim como o papel dos partidos políticos na consolidação democrática. Enquanto um trabalho em andamento, a pesquisa supõe que a polaridade política tem um impacto negativo no contexto democrático guineense, na qual qualquer adversário político é visto como inimigo, pois isso culmina na rejeição de boas propostas de governação em detrimento dos interesses pessoais. Em virtude disso, espera-se contribuir com o debate para a compreensão da polaridade política no contexto democrático guineense.
Palavras-chave: polaridade política; democracia; causas e consequência; Guiné-Bissau.
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INTERSECCIONALIDADE E A POLÍTICA: As mazelas do capitalismo na construção da identidade periférica
Jeraldino António Sambé
Ricardo Ossagô de Carvalho
Resumo: Este trabalho centraliza na análise sobre interseccionalidade e a política, as mazelas do capitalismo na construção da identidade periférica, como importante viés para compreensão das desigualdades da raça, classe, gênero, sexualidade, idade, enquanto processo das demarcações socioculturais e políticas, dos sujeitos denominados aqui, como menos privilegiados/as nas periferias criadas pelo sistema capitalista, elemento que se explica pela interseccionalidade, tomada também como o método para este embasamento. De maneira particular, o objetivo deste estudo, é entender o papel da interseccionalidade enquanto mecanismo político e projeto emancipatório contra disfarça do poder hegemônico, de um determinado grupo socioeconômico e identitária cobertos de mazelas do capitalismo. É importante salientar que a construção da identidade periférica, é o resultado da desigualdade social e relações do poder que intercruzam no espaço e tempo, mobilizado pelos domínios estruturais vigentes. Portanto, a compreensão dessa estrutura separatista causada, sobretudo, pela desvalorização das pessoas do mundo periférico, tem ajudado a própria pobreza e alta escala de estigmatização, mediada pelo poder disciplinar, associado ao Estado e mercado. A luta pela igualdade e direito, atraiu atenção, principalmente nas periferias mundo, embora necessária, ainda vigora essas desigualdades dos direitos e da cidadania. Em suma, nota-se, que com a construção desse trabalho-, deve persistir possibilita e caminhos essências na ampliação de políticas públicas que reconhece a potencialidade desses espaços, atribuindo-lhe, direitos básicos, e a sua sustentabilidade, fato este que na prática o capitalismo priva aos menos privilegiados.
Palavras-chave: Interseccionalidade; capitalismo; identidade periférica.
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INTERSECCIONALIDADE E A POLÍTICA: As mazelas do capitalismo na construção da identidade periférica
Jeraldino António Sambé
Ricardo Ossagô de Carvalho
Resumo: Este trabalho centraliza na análise sobre interseccionalidade e a política, as mazelas do capitalismo na construção da identidade periférica, como importante viés para compreensão das desigualdades da raça, classe, gênero, sexualidade, idade, enquanto processo das demarcações socioculturais e políticas, dos sujeitos denominados aqui, como menos privilegiados/as nas periferias criadas pelo sistema capitalista, elemento que se explica pela interseccionalidade, tomada também como o método para este embasamento. De maneira particular, o objetivo deste estudo, é entender o papel da interseccionalidade enquanto mecanismo político e projeto emancipatório contra disfarça do poder hegemônico, de um determinado grupo socioeconômico e identitária cobertos de mazelas do capitalismo. É importante salientar que a construção da identidade periférica, é o resultado da desigualdade social e relações do poder que intercruzam no espaço e tempo, mobilizado pelos domínios estruturais vigentes. Portanto, a compreensão dessa estrutura separatista causada, sobretudo, pela desvalorização das pessoas do mundo periférico, tem ajudado a própria pobreza e alta escala de estigmatização, mediada pelo poder disciplinar, associado ao Estado e mercado. A luta pela igualdade e direito, atraiu atenção, principalmente nas periferias mundo, embora necessária, ainda vigora essas desigualdades dos direitos e da cidadania. Em suma, nota-se, que com a construção desse trabalho-, deve persistir possibilita e caminhos essências na ampliação de políticas públicas que reconhece a potencialidade desses espaços, atribuindo-lhe, direitos básicos, e a sua sustentabilidade, fato este que na prática o capitalismo priva aos menos privilegiados.
Palavras-chave: Interseccionalidade; capitalismo; identidade periférica.
GT3: "Estudos Africanos e Gênero (raça etnia): África/Brasil e Diáspora africana"
COORDENAÇÃO: Natália Cabanillas, Larissa Gabarra e Ineides Calheiros
LOCAL: On-line, Google Meet
DIA: 08/12/2022
HORÁRIO: 9h às 12h - 14h às 17h
RESUMOS APROVADOS:
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DECOLONIZAÇÃO DA ARTE: Contribuições teóricas para a problematização de uma estética descolonial
Nixon Araújo
Luís Carlos Ferreira
Resumo: O presente ensaio se propõe a problematizar a representação estética da sociedade atual por meio de duas perspectivas não antagônicas: a decolonização da arte e uma arte decolonial. A primeira se refere à hipótese de uma possível escassez de debates relacionados à estética nos processos filosóficos brasileiros e para a américa-latina: a estética foi pensada para os nossos povos? Se sim, qual a representatividade dessas ideias e pensadores nos estudos estéticos? Dentro dessa perspectiva, também será exposta a busca pela representação da arte atual especialmente da periferia e de grupos de excluídos entre críticos e curadores doutrinados por critérios eurocêntricos. A segunda perspectiva é dedicada à problematização da arte como reflexo de uma subjetividade própria desses grupos através das concepções de multiculturalismo e ecologia de saberes em Boaventura de Sousa Santos e do processo de "deixar de ser o que não somos" proposto por Quijano e da construção do "pensamento pós-abismal".
Palavras-chave: Estética; Decolonialidade; Arte; Polític